Estudantes de escola pública do MA viralizam com desfile de roupas recicláveis: “Sustentabilidade também pode ser moda”

Vídeo já ultrapassa 2 milhões de visualizações no Instagram. Ao g1, a professora de língua portuguesa Eilla Tavares, articuladora do projeto, disse que o evento foi planejado pelos alunos desde a concepção das roupas até a execução do desfile.

Papelões, sacolas plásticas, páginas de livros antigos e outros materiais recicláveis foi o que os alunos do Centro Educa Mais Djalma Cruz, em Cândido Mendes, precisaram para criar roupas criativas e montar um desfile que já ultrapassa 2 milhões de visualizações nas redes sociais. Veja o vídeo acima.

Realizado em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o desfile chamou atenção pela criatividade, beleza e engajamento dos alunos. A atividade integrou a programação do COM-VIDA — a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida da escola.

♻️ A COM-VIDA é um programa nacional de educação ambiental implementado nas escolas públicas, com o objetivo de envolver estudantes, professores e comunidade escolar em projetos voltados à sustentabilidade e à melhoria da qualidade de vida.

Ao g1, a professora de língua portuguesa Eilla Tavares, articuladora do projeto, disse que o evento foi planejado pelos alunos desde a concepção das roupas até a execução do desfile.

 

“A ação foi pensada, organizada por eles. Eu, como articuladora, instrui, estive por trás, mas o mérito foi todo deles. Eles pensaram, criaram, montaram as roupas e desfilaram. Fiquei muito feliz com a criatividade e autenticidade de todos”, contou.

 

A apresentação das roupas sustentáveis foi uma iniciativa das turmas da manhã, do 2º e 3º ano do Ensino Médio, e acabou sendo reproduzida também no turno da noite, de tão positiva a repercussão entre a comunidade escolar.

Além do desfile, a escola desenvolve projetos contínuos, como uma horta orgânica, o cultivo de plantas medicinais e frutíferas e a construção de um viveiro, envolvendo turmas de diferentes turnos.

“Tudo tem que ter uma intencionalidade. O desfile foi uma forma de mostrar que é possível reutilizar materiais e transformar o que seria lixo em arte, moda e conscientização. Trabalhamos educação ambiental, sustentabilidade e o protagonismo estudantil”, explicou a professora.

Criatividade e engajamento estudantil

As roupas foram confeccionadas durante duas semanas com materiais recolhidos pelos próprios alunos e confeccionadas tanto nas casas dos estudantes quanto na própria escola.

Os materiais usados incluíram papelãosacolas plásticaspapel reciclado e páginas de livros antigos.

 

“Trabalhamos durante cerca de duas semanas no processo de produção. Cada roupa foi feita com muito cuidado e carinho. Foi um pouco exaustivo por causa dos detalhes, mas valeu a pena o esforço de cada estudante”, afirmou Carla Andreia, uma das alunas à frente da ação.

 

Para a estudante Júlia, que esteve à frente da organização do desfile, o projeto foi uma oportunidade de aprendizado prático e reflexão sobre questões ambientais que ultrapassam os limites da sala de aula.

 

“A ideia foi conscientizar sobre os impactos das nossas ações no meio ambiente e como podemos fazer a diferença com atitudes simples. O desfile nos permitiu usar a criatividade e mostrar que sustentabilidade também pode ser moda e expressão artística”, destacou.

 

Repercussão nas redes sociais

 

O desfile arrancou elogios do público, que chegou a compará-lo com grandes eventos internacionais, como a Fashion Week e o Met Gala — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O desfile arrancou elogios do público, que chegou a compará-lo com grandes eventos internacionais, como a Fashion Week e o Met Gala — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Defensora da moda acessível e criativa, a ex-bbb compartilhou o vídeo no Instagram com elogios ao projeto.

“Esse é o nosso Brasil do Brasil. É nessa moda que eu acredito: na moda democrática, na moda que está em todos os lugares. A moda é para todas as classes, todos os corpos, todos os estilos. Este desfile está uma verdadeira obra de arte. Que orgulho do meu Brasil do Brasil”, escreveu a ex-sister.

 

Escola em São Luís transformou preservação ambiental em jogo digital

Intitulado "Guabi", o jogo tem como protagonista um guará, ave símbolo dos manguezais — Foto: Divulgação/IEMA

Intitulado "Guabi", o jogo tem como protagonista um guará, ave símbolo dos manguezais — Foto: Divulgação/IEMA

Intitulado "Guabi", o jogo tem como protagonista um guará, ave símbolo dos manguezais. O jogo foi desenvolvido a partir da observação da poluição na região dos manguezais e do rio Bacanga.

Ao identificar o descarte inadequado de lixo como um dos grandes problemas ambientais da comunidade, os alunos decidiram transformar o desafio em proposta educativa, integrando os conteúdos das disciplinas com a linguagem dos games. O resultado é um jogo onde o Guará resgata animais contaminados e enfrenta os impactos de uma indústria poluente, tudo isso promovendo os valores da ODS 11 da ONU — Cidades e Comunidades Sustentáveis.

O jogo apresenta uma abordagem simples e lúdica para ensinar às crianças a importância da preservação ambiental. Os alunos foram inspirados pela realidade ao seu redor, observando tanto a beleza dos guarás em revoada quanto a contaminação dos manguezais, onde camadas de lixo cobrem a lama.

Com uma equipe formada majoritariamente por meninas, o projeto destaca o protagonismo feminino na tecnologia e na defesa ambiental. A estudante Íris Desidério, uma das alunas desenvolvedoras do jogo, falou como foi participar do projeto.

 

“Foi a primeira vez que participei da criação de um jogo. Me senti parte de algo grande, importante. A gente olhou para o lugar onde vive, viu um problema real e tentou mudar com o que aprendemos na escola. Foi desafiador, mas ver o jogo pronto, premiado e jogado por outras pessoas é muito gratificante.”
 

Por Marcus Cidreira, g1 MA* — São Luís