O corpo da vítima só foi encontrado dias depois, em 2 de fevereiro de 2022, pela manhã. Vizinhos sentiram um cheiro forte e encontraram o corpo já em estado avançado de decomposição e sem identificação. Após a divulgação do caso na mídia, familiares reconheceram Charlle no Instituto Médico Legal (IML). Segundo o Ministério Público, o motivo do crime teria sido vingança, pois um ano antes Charlle havia ferido Edmundo com facadas.
O julgamento ocorreu no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau e foi presidido pelo juiz José Augusto Sá Costa Leite. O promotor Benedito Barros Pinto atuou na acusação e o advogado Alessio Sander de Paiva Melo na defesa. Durante a sessão, apenas a irmã do réu foi ouvida como testemunha pela defesa. Em seu depoimento, Edmundo admitiu o crime, alegando legítima defesa.
Edmundo foi condenado por homicídio duplamente qualificado: por motivo de vingança e por dificultar a defesa da vítima com uso de faca. A vítima trabalhava no salão de beleza da irmã. O juiz negou o direito do réu recorrer em liberdade e determinou que ele cumpra a pena inicialmente em regime fechado na Penitenciária de Pedrinhas.
Na sentença, o juiz destacou que a culpabilidade do réu é agravada pelo fato dos golpes terem sido desferidos com arma branca várias vezes, tornando o crime mais grave. Ele ressaltou que os motivos foram considerados torpes pelo júri por se tratar de uma vingança devido a desavenças anteriores entre os dois. Além disso, o crime ocorreu em um ambiente fechado com isolamento acústico, antes um estúdio, dificultando qualquer socorro à vítima.