Preço da carne sobe com o aumento das exportações e a redução da oferta

O aumento das exportações e a redução da oferta no campo explicam a alta da carne para o consumidor.
A frequência com que a professora Maria Rita Brandão Pereira vai ao açougue é a mesma, sempre a cada dois dias. Mas carne bovina já não é a compra principal. Hoje, ela levou frango para casa.
"Teve um aumento na carne bovina. Então, a gente tem que fazer essa variedade para conseguir alimentar e o bolso também agradece”, diz.
O IPCA-15, Índice de Preços ao Consumidor Amplo de outubro mostrou que os consumidores pagaram, em média, 5,81% a mais pelas carnes. Os cortes mais em conta foram o que tiveram o maior aumento. O acém foi o que ficou mais caro. Em seguida, aparece a costela e, depois, o peito.
Os cortes mais caros também subiram. O contrafilé, 6,7%; e o filé mignon, 5,12%.
"Vamos dizer que o cliente chegava aqui, comprava um quilo de carne, hoje ele já pede 700 g, 800 g. Já caiu aí em torno de uns 15% da nossa venda”, conta o empresário, Francisco Sousa.
"Nós tivemos um abate muito grande de fêmeas, sobretudo, nos últimos anos. Não só em 2023, mas em 2022 já teve um aumento muito grande de fêmeas enviadas para o frigorífico. O que, em um primeiro momento, joga o preço da arroba para baixo, porque ela concorre também com o boi. E o outro motivo é porque, com isso, mandando as vacas para a indústria, você tem uma menor produção de bezerros, com isso, menos oferta, e isso faz com que o preço suba”, explica Francisco Manzi, diretor técnico da Acrimat.
Em uma fazenda, há um ano, a arroba do boi gordo estava sendo comercializada a R$ 230. Agora, esse valor já ultrapassou os R$ 300.
"Teve bastante abate de bois aí no primeiro semestre. A gente viu aí recordes de exportação dos frigoríficos. E também o consumo interno agora, chegando o final do ano, as festividades, o Ano Novo Chinês... Então, tudo isso acaba contribuindo para essa demanda”, diz Osvaldo Araújo, gerente de fazenda.
"A gente tem que aproveitar agora sim... o produtor poder investir um pouco mais e entender melhor o seu negócio", afirma o diretor técnico da Acrimat.