João afirmou, ainda no depoimento prestado à Polícia Civil, que jogou a arma no local do crime, mas o armamento ainda não foi encontrado. Imagens de uma câmera de segurança, registradas no dia do crime, também não mostram o prefeito descartando a arma em nenhum ponto da cena.
Após o crime, a polícia tentou localizar o prefeito, mas não o encontrou. João Xavier se apresentou à polícia na tarde de segunda-feira (7), em Presidente Dutra, cidade a 347 km de São Luís. Após prestar depoimento, ele foi liberado.
O prefeito chegou à Delegacia Regional de Presidente Dutra acompanhado de advogados de defesa e, de acordo com a polícia, em depoimento, o prefeito alegou que atirou no PM em legítima defesa, pois o policial militar teria sacado uma arma durante uma discussão relacionada ao farol ligado do carro do prefeito. No entanto, de forma preliminar, testemunhas e a Polícia Civil contestam essa versão.
Em relação à posse da arma, João afirmou que o revólver calibre .38, utilizado no crime, havia sido adquirido há dois anos, como um presente de um eleitor. O prefeito também declarou que a arma não possuía registro nem autorização para posse.
Segundo o delegado Ricardo Aragão, superintendente de Polícia Civil do Interior, como João Vitor se apresentou espontaneamente, ele não foi preso em flagrante. Por ser prefeito, João Vitor Xavier possui foro privilegiado, ou seja, deverá ser julgado em tribunais superiores.
Nessa terça, a PC-MA pediu a prisão preventiva do prefeito, mas a Justiça do Maranhão ainda não deferiu o pedido.
Nessa terça, o prefeito João Vitor formalizou um pedido de licença do cargo à Câmara Municipal de Vereadores, para cuidar de sua defesa e para 'tratamentos psiquiátricos'.
O afastamento é pelo período de 125 dias (pouco mais de quatro meses), podendo ser interrompido com seu retorno a qualquer momento. Durante este tempo, João Vitor vai continuar recebendo mensalmente o salário como prefeito, orçado em R$ 13.256,08 (líquido).
No documento, o prefeito alega que está "profundamente abalado (...), circunstância que demanda cuidados médicos específicos, sobretudo por ser um paciente bariátrico", disse.
Nesta quarta-feira (9), a Câmara de Igarapé Grande aceitou o pedido de licença médica do prefeito. A decisão aconteceu em sessão, quando também a vice, Maria Etelvina, foi empossada como prefeita de forma interina.