“O mercado parecia desconfiar da nossa capacidade, especialmente quando buscávamos investimento. Antes de encontrar a Arvore, passei três anos no Vale do Silício, onde participei de um acelerador chamado BoostVC junto com minha ex-sócia. Éramos 15 empresas e a nossa era a única com mulheres no time. Participamos de vários pitches para investidores-anjos, mas enfrentávamos barreiras para além da dificuldade de vender uma ideia. Descobrimos, por exemplo, que algumas festas promovidas por investidores, onde conexões importantes eram feitas, aconteciam sem que fôssemos convidadas. Era frustrante perceber que estávamos sendo excluídas de oportunidades cruciais, simplesmente por não fazermos parte do famoso 'Clube do Bolinha'. Houve momentos em que senti que, se fôssemos homens, teríamos conseguido captar investimento com muito mais facilidade” relata.
Apesar das dificuldades que passou durante o caminho, Ana persistiu e hoje se vê como uma empreendedora de sucesso. Danielle Abreu, coordenadora de Produtividade e Transformação Digital do Sebrae no Maranhão, também elogia a história de Ana no mundo do empreendedorismo feminino.
“Histórias como as de Ana e de mulheres que, ao empreender, buscam se diferenciar de um jeito próprio, com empreendedorismo, conhecimento e profissionalismo, mais do que retratar o sucesso de um empreendedor que busca realizar seus sonhos, servem de inspiração para outras mulheres. (...) Retratar essas histórias é fundamental para que a participação feminina cresça, não apenas na indústria de games, mas em todos os espaços”, destaca a coordenadora.
Para as mulheres empreendedoras, Ana aconselha sempre se diferenciar e nunca parar de aprender, pois , “o conhecimento abre portas”. Fazer parte de uma rede colaborativa também é importante.
“Mulheres, mesmo atuando em universos dominados por homens, não estão sozinhas. É importante construir uma rede de apoio com pessoas que te valorizam e te fortalecem. Isso faz toda a diferença para superar barreiras e conquistar nossos espaços”, ensina a empresária, que também é diretora criativa do Clawball, jogo multiplayer gratuito, no qual o jogador é um gato praticando futebol.