Obra da nova ponte JK é paralisada por 24h após protesto de trabalhadores por horas extras e benefícios
Trabalhadores denunciam atraso no pagamento de horas extras, benefícios e irregularidades na jornada.

As obras de reconstrução da ponte Juscelino Kubitschek, que vai ligar o Tocantins e o Maranhão pela BR-226, ficaram paralisadas por mais de 24 horas após um protesto realizado pelos trabalhadores do consórcio responsável pela construção. O cronograma prevê a entrega da nova estrutura até dezembro deste ano.
Segundo os trabalhadores, há atrasos no pagamento de horas extras, adicionais de periculosidade e insalubridade, e outros benefícios previstos em contrato. Eles também denunciam defasagem no controle de carga horária e afirmam que, em alguns casos, são induzidos a registrar o ponto e continuar trabalhando.
A mobilização chamou a atenção do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do sindicato da categoria e do Ministério Público do Trabalho (MPT), que passaram a acompanhar o caso.
Após diálogo com os representantes da empresa responsável pela obra, os trabalhadores retomaram as atividades sob a promessa de que os pagamentos pendentes seriam regularizados até a próxima segunda-feira (11). Caso os valores não sejam pagos até o prazo, os trabalhadores ameaçam realizar uma nova paralisação.
Em nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que entrou em contato com o consórcio responsável pela obra e que os casos deverão ser analisados, “com o objetivo de esclarecer dúvidas e garantir os direitos dos funcionários”.
A obra da ponte JK foi iniciada após a estrutura original desabar em dezembro de 2024, causando a morte de 14 pessoas. Três vítimas seguem desaparecidas. A reconstrução foi orçada em R$ 171,9 milhões e é considerada estratégica por ligar os estados do Maranhão e Tocantins.
O que diz o Dnit
"O DNIT informa que as obras do contrato nº 00.00958/2024, executadas pelo Consórcio Ponte de Estreito, estão sendo devidamente acompanhadas pela autarquia, tanto em seus aspectos técnicos quanto administrativos.
Com relação à paralisação ocorrida, o DNIT esclarece que está em contato com o consórcio responsável, o qual informou que a contabilização de horas extras dos trabalhadores será tratada caso a caso, com o objetivo de esclarecer dúvidas e garantir os direitos dos funcionários.
O DNIT reforça que continuará fiscalizando o cumprimento integral do contrato, com atenção especial ao cronograma físico-financeiro e às obrigações trabalhistas do contratado, a fim de assegurar a regularidade e a continuidade dos serviços".
Nova ponte
Segundo o Dnit, a nova ponte deverá ser construída com 100 metros a mais de extensão que a anterior. O comprimento total da estrutura será de 630 metros, com um vão livre de 150 metros.
Além disso, a ponte deverá ter uma largura de 19 metros, ou seja, sete metros mais larga que anterior, a serem distribuídos em duas faixas de rolamento de 3,60 metros cada. A estrutura terá dois acostamentos de 3 metros cada, duas barreiras de proteção tipo New Jersey de 40 centímetros cada, dois passeios de 2,3 metros cada, e guarda-corpo em cada extremidade do tabuleiro.
Por g1 MA — São Luís