Assim como Neide, a empreendedora Rosilda Melo também trabalha com o fortalecimento da autoestima de pessoas negras, mas em um segmento diferente: o de beleza capilar. Trancista, Rosilda mantém vivo um estilo que perdura há milênios como representação de memória e resistência.
Segundo a empreendedora, muitas mulheres a procuram por não conseguirem enxergar beleza em seus cabelos crespos ou cacheados. Outras passam por transição capilar e buscam se sentirem mais seguras nesse processo. Mas todas carregam um desejo em comum: se sentirem valorizadas na própria identidade.
“O que mais me gratifica na minha profissão é trabalhar autoestima. Elevar a autoestima não só de jovens que chegam para fazer tranças, mas de muitas mulheres que não conseguem enxergar a própria beleza e a beleza dos seus cabelos. Ver como elas se olham depois que finalizo uma técnica é muito especial, porque meu trabalho não é só sobre estética. É sobre cuidado, identidade e valorização”, enfatizou Rosilda.
Para Reijiane Almeida, coordenadora do programa Plural do Sebrae no Maranhão, os pequenos negócios afro representam uma força estratégica para o desenvolvimento econômico e social do país. Para ela, o empreendedorismo negro movimenta cadeias produtivas completas e, principalmente, reduz desigualdades históricas ao resgatar narrativas que valorizam a ancestralidade africana.
“No campo da estética e da identidade, iniciativas como o trabalho de trancistas, designers e criadoras de acessórios afro representam muito mais do que produtos ou serviços. Elas afirmam cultura, pertencimento e protagonismo. São negócios que resgatam narrativas, valorizam a ancestralidade e constroem autoestima, especialmente para a juventude negra”, destacou.
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